top of page
Foto do escritorJuan Ricthelly Vieira da Silva

FESTGAMA UM ANIVERSÁRIO SEM A CARA DA CIDADE

Atualizado: 19 de set.

64 anos do Gama será comemorado num megaevento sem espaço para os artistas locais

Por Juan Ricthelly

 

Outubro se aproxima com a promessa megalomaníaca da maior festa de aniversário do Gama já vista, entre os dias 9 e 13 no estacionamento do Estádio Bezerrão. Com uma programação monocultural dominada por artistas da segunda divisão do sertanejo universitário e três atrações de outros gêneros para dar um cheirinho de diversidade musical.

 

A realização do evento é por conta de uma Organização da Sociedade Civil (OSC), modelo que tem dominado as produções culturais e captação de recursos de fomento à cultura, alguns detalhes chamam a atenção logo de início:

 

  1. O nome da OSC responsável, que é o INSTITUTO DE DEFESA DAS GARANTIAS CONSTITUCIONAIS (IDGC). Que lembra mais uma agremiação de advogados constitucionalistas defensores dos Direitos Humanos que uma instituição voltada para a realização e promoção de atividades culturais.

  2. O IDGC tem dois perfis praticamente inativos no Instagram:

    a.      @institutoidgc (0 publicações, 11 seguidores, 14 seguindo);

    b.      @institutoidgc1 (0 publicações, 8 seguidores, 0 seguindo);

  3. O site não tem informações relevantes sobre a história, finalidade, experiência CPNJ ou qualquer coisa relevante sobre o IDGC, com uma única seção direcionando para as redes sociais do instituto que não abrem nenhum link (https://idgc.com.br/) e nenhuma página.

  4. Ao fazer uma simples pesquisa no Google com o verbete (INSTITUTO DE DEFESA DAS GARANTIAS CONSTITUCIONAIS OU IDGC) não aparece absolutamente nada sobre a OSC;

Ou seja, a festa de aniversário do Gama, o que deveria ser o evento cultural mais importante da nossa cidade, está por conta de uma OSC que não sabemos absolutamente nada e que a princípio não temos como saber.

 

Nessas horas é impossível não lembrar da saudosa FAGAMA (Feira de Amostra do Gama), capitaneada pelo mineiro de nascimento e gamense de coração Geraldinho Gonçalves, que organizou a 1ª FAGAMA em 1972, com apoio de produtores rurais, Rotary Club, Lions Club, igrejas católicas e evangélicas, comerciantes e a comunidade, adquirindo uma expertise que produziu 40 edições de uma festividade popular e comunitária que era reconhecida no Distrito Federal e região como uma das mais tradicionais.

 

Com menos de um mês não há menção nominal à participação de qualquer artista da cidade, e não é por falta deles, talvez em razão do desconhecimento do próprio IDGC no que diz respeito à vida cultural do Gama.

 

Que fique claro que não estou fazendo aqui uma defesa ou ataque à um seguimento cultural específico, embora não seja um apreciador de sertanejo universitário, é uma expressão cultural legítima que tem seus representantes na cidade, que deveriam participar da festa.

 

Com o propósito de talvez ajudar essa OSC alienígena que tomou de conta da nossa festa, segue algumas sugestões de artistas locais que são daqui ou possuem algum vínculo com a nossa gente.

 

Se querem sertanejos da cidade e região, temos Karol Félix, Gisele & Gustavo, Mônica Laizan, Ray Silva, Joice Manssoto, Edu & Dablio, Júlio Mattos, Jorge Melo & Lucas Vaz, Leo Mineiro & Cuiabano, Matheus Moura, Júnior Silva, Lukão, Jessé Vieira, Higor & Gustavo, Alan Clinston, Darlan Silva... e tantos outros e outras.

 

Representando a Música Popular Brasileira e suas variantes, temos um panteão riquíssimo de artistas com Ruan Lacerda, Junior Johns, Jonas Silva, Francis Correia, Jenis Bragança, Cleisson Batah, Jairo Mendonça, Manoel Pretto, Assis Negrogato, João Eduardo, Ceiça Simões, Jéssica Freitas, Mariáh, Negodai, Davi Mendonça, Roberto Farias, Robceira & Lara Liz, Gisele Dias, Aleluz, Sr. Valdivino, Integral Dupla, Agilson Alcantâra, Léo Campos, Junior Canhoto, Carlinhos Soares, Peep Duo...

 

Temos bandas formidáveis capazes de fazer bonito como: A.R.D, Banda Lâmina, Nume Consense, As verdades de Anabela, Abra Kebradah, Alarme, Besthoven, Until a have a name, Castilho, Roger Gold Man, Mechanix, RA2, Armazém, Trash Masters, Morfina, Buracos Negros, Knuckleheads, Cálida Essência, Volt Vandré, Banda Híbrida, Marrecore, Zahlen, Debub, Lúpulo e Cereais Não Maltados...

 

Se querem pagode para atender um público que existe por aqui, bastava largar de preguiça e chamar o Grupo Menos é Mais que nasceu aqui no Gama, ou ler o Line Up do Pagodão da Independência que teve 12 horas seguidas de pagode lotando do Estacionamento do Dia a Dia, mas é possível que nem saibam que o Menos é Mais é do Gama ou que aqui tem um público que adora pagode, esse é um dos males de deixar a festa de aniversário da cidade por conta de alienígenas.

 

É necessário e urgente, que os artistas do Gama (independente de gênero musical), a comunidade e o movimento cultural sem unam, para que nas próximas edições do aniversário do Gama, tenhamos uma festa que minimamente represente a nossa diversidade cultural, respeite a nossa história e promova os nossos artistas locais, com um cachê descente, divulgação prévia, transparência e diálogo.

 

No rumo que as coisas estão indo aqui, vão selecionar meia dúzia de gatos pingados poucos dias antes do evento, para demonstrar que incluíram os artistas locais na programação, com um cachê pífio diante dos milhões que esse delírio megalomaníaco vai custar com o apoio do GDF que aparece no card de divulgação como apoio por meio da Secretaria de Esporte e Lazer, Secretaria de Turismo, Secretaria de Cultura e Economia Criativa e Administração Regional do Gama.

 

O Gama é nosso! A festa de aniversário da cidade deveria ser nossa! Dos moradores, artistas, músicos, poetas, atores e artesãos gamenses, que verdadeiramente representamos em alguma medida a cultura do nosso lugar no mundo.

 

Já passou da hora de pararmos de aceitar qualquer coisa e exigirmos uma festa de aniversário que tenha a alma, a cor, a cara, o cheiro, o som e o tom da nossa cidade. Somos uma cidade cultural e a FESTGAMA não nos representa!

239 visualizações0 comentário

コメント


bottom of page